O aeromodelo - O motor - O
rádio - Os Acessórios - Dicionário
Para quem
não entende nada de aeromodelismo.
Essa lição é para quem não
entende nada de aeromodelismo e está se dispondo a iniciar
a prática do hobby.
Vamos dividir o assunto em quatro partes: aeromodelo, motor, rádio
e acessórios. Afinal, em última análise aeromodelismo
são essas quatro coisas.
Antes, porém, vamos esclarecer duas indagações bastante
frequentes de pessoas interessadas em iniciar-se no aeromodelismo: qual
a distância que o transmissor mantém o avião sobre
controle e qual a velocidade do aeromodelo.
O rádio mantém o controle do
aeromodelo a uma distância de até 2.000 metros. Em outras
palavras, o aeromodelo é capaz de alcançar e atravessar as
nuvens. Quanto a velocidade, os aviões para iniciantes (trainers)
atingem a velocidade um pouco superior a 100 km/h. Os mais velozes, que
são os jatos ultrapassam os 300 km/h.
Os aeromodelos podem ser
asa alta, asa média ou asa baixa. As asas podem ser simétricas
ou assimétricas. Podem ser grandes ou pequenas. Com a fuselagem
construída em madeira balsa, compensado ou fibra de vidro. Com a
asa feita com nervuras de balsa (estrutural) ou com isopor chapeado.
Os motores podem ser grandes ou pequenos,
embuchados ou rolamentados, ABC ou anelados, dois tempos ou quatro tempos
e existem diversas marcas.
Os rádios são constituídos pelo
conjunto transmissor, receptor, cristais, servos e baterias do transmissor
e do receptor. Possuem de dois a oito canais e são de frequência
AM, FM ou PCM.
Confuso, não é? Pois bem, vamos examinar
esse palavreado todo e ao final veremos que a coisa é bastante simples.
O
Aeromodelo
Aeromodelos asa alta são aqueles cuja asa
fica acima da fuselagem. Pelo fato de possuírem a tendência
de ficarem "em pé" quando se larga todos os comandos são
os mais recomendados para quem quer se iniciar no aeromodelismo, muito
embora, como explicaremos adiante, não basta o avião ser
asa alta para ser um bom trainer (aeromodelo treinador para iniciantes),
é necessário que possua mais algumas características.
Asas simétricas são aquelas
cujo bordo inferior possui o mesmo perfil do bordo superior, ou seja, quando
essa asa é vista de lado (em um corte transversal), o perfil do
bordo de baixo é igual ao do bordo de cima. Com esse perfil a asa
puxa para cima com a mesma força que puxa para baixo e por essa
razão é a asa utilizada em aeromodelos e em aviões
reais acrobáticos e aqueles feitos para voar em altas velocidades.
O aeromodelo, pode ser de diversos tamanhos.
Há os 40% (tamanho igual a 40% do tamanho do avião real),
os 1/3 de escala, os 1/4, 1/5. Aeromodelos grandes precisam de motores
maiores, mais potentes. Normalmente se diz aeromodelo para motor 40, aeromodelo
para motor 60 e assim por diante. Isso significa que o aeromodelo possui
um tamanho e um peso que requer motor 40 2 tempos ou 60 2 tempos. O aeromodelo
mais usado e que é, inclusive, o recomendado para iniciantes é
o aeromodelo para motor 40. Não se aconselha aeromodelos menores
para iniciante, pois que aeromodelos menores são mais rápidos,
mais nervosos, dificultando assim a aprendizagem.
Os aeromodelos construídos em varetas de balsa
(estruturais) são os mais leves e também os mais difíceis
de construir. Os construídos em lâmina de compensado são
mais fáceis de construir e de consertar. Os feitos em fibra de vidro
são mais bonitos, mas, por outro lado, não são fáceis
de construir e de consertar. Uma fuselagem de madeira podem ser consertada
diversas vezes, já o mesmo não ocorre com a fuselagem em
fibra de vidro que aceita poucos consertos.
Qual o tipo de construção que se recomenda
ao iniciante? Qualquer tipo, o importante é que o aeromodelo seja
leve, possibilitando assim o vôo a baixa velocidade. Eu recomendaria
o Avistar 40
O
motor
Como se disse acima, os motores podem ser grandes ou
pequenos, embuchados ou rolamentados, ABC ou anelados, dois tempos ou quatro
tempos e existem diversas marcas.
Os motores dois tempos mais utilizados são os
.10, .15, .25, .40,
.46 e .60 (se diz motor 10, 15, 25... sem o ponto). Isso significa que
o volume no interior da camisa possui 0,15 cm3, 0,25 cm3 e assim por diante.
Dentre esses os mais usados são os .40.
Os quatro tempos mais usados são os motores OS
26, 42, 52, 71, 91 e 120. Dentre esses o mais utilizado é o 52.
Isso porque o 52 4 tempos se utiliza nos aeromodelos cujo motor 2 tempos
indicado é o .40. Sempre que se utiliza um determinado motor 2 tempos
em um aeromodelo, o motor 4 tempos apropriado é um pouco mais potente.
Assim, o aeromodelo que necessita um motor .60 2 tempos ele pede um motor
.71 ou . 91 4 tempos. O que necessita de um .40 dois tempos pede um .52
4 tempos. A razão disso está em que os motores 4 tempos atingem
uma rotação máxima inferior aos motores 2 tempos (claro
que quando a numeração é a mesma).
Seguem algumas diferenças entre os motores 2
e 4 tempos. Os motores 4 tempos possuem mais força, são capazes
de suportar uma hélice maior (mais larga ou mais comprida), razão
porque a retomada da aceleração em um motor 4 tempos é
muito mais segura e eficiente. Já os motores 2 tempos atingem rotações
superiores, o que os torna indicado para quem quer atingir grandes velocidades.
Os 4 tempos são mais caros e além disso, os 2 tempos possuem
mais peças de reposição no mercado (claro que depende
da marca e do modelo), o 4 tempos menos. Os 2 tempos são mais leves
mas costumam falhar mais, os 4 tempos são mais estáveis,
mais seguros. Em caso de queda os 4 tempos se sujeitam muito mais a avarias.
Com que motor se deve iniciar? Recomendamos o 2 tempos.
Embora seja mais gostoso voar com um 4 tempos (até o barulho soa
melhor), quem está iniciando deve optar por um .40 2 tempos ou um
.46 2 tempos. É mais barato e possui mais peças de reposição
no mercado (para o caso de queda com avarias).
Motores embuchados são aqueles cujo eixo que
faz girar a hélice é suportado no corpo do motor por um sistema
de buchas. Rolamentados (ou roletados como se diz) são os que utilizam
um rolamento. Os embuchados, em razão de atritarem mais com o corpo,
atingem rotação em torno de 20% menos dos que os rolamentados.
As buchas quando estragam são de difícil reparo (ou não
tem conserto), os rolamentados troca-se o rolamento. De qualquer forma,
persistimos recomendando os embuchados para quem está iniciando.
Por primeiro porque são mais baratos (algo em torno de 30% mais
barato) e por segundo em razão de que as buchas hoje estão
sendo tão bem feitas que dificilmente estragam (ao contrário
do que ocorria há alguns anos).
Anelados são os motores que possuem anéis
no pistão. ABC, uma tecnologia mais recente, são os que não
utilizam anéis. O motor ABC surgiu da constatação
que a parte superior do cilindro dos motores esquenta mais que a parte
inferior do cilindro, pois é ali que se verificam as explosões.Esquentando
mais, a parte superior se dilata mais. Assim criaram um motor que quando
ele está frio, sua parte superior possui um diâmetro menor
dentro de cilindro. Ao esquentar, essa parte se dilata mais que a inferior
ficando do mesmo tamanho e impossibilitando (ou dificultando) assim a passagem
de combustível para baixo (o que faz com que se dispense a utilização
dos anéis, cuja finalidade é justamente essa, impedir que
o combustível passe da parte superior do cilindro para a inferior
na fresta que existe entre o pistão e a camisa).
Esquentando mais, a parte superior se dilata mais.
Assim criaram um motor que quando ele está frio, sua parte superior
possui um diâmetro menor dentro de cilindro. Ao esquentar, essa parte
se dilata mais que a inferior ficando do mesmo tamanho e impossibilitando
(ou dificultando) assim a passagem de combustível para baixo (o
que faz com que se dispense a utilização dos anéis,
cuja finalidade é justamente essa, impedir que o combustível
passe da parte superior do cilindro para a inferior na fresta que existe
entre o pistão e a camisa).
Com que motor iniciar, anelado ou ABC? É
indiferente, qualquer um deles é bom.
Quanto às marcas 2 tempos há os motores OS, Supertigre, Thunder
Tiger, Enyia, YS, Webra e o CB nacional.
Os mais caros são os OS. São também os melhores motores.
Peças de reposição no mercado brasileiro, os que possuem
são os motores OS, Supertigre e Thunder Tiger.
YS não é motor para iniciante.
Enyia, embora seja um excelente motor e que há alguns anos era a
preferência nacional, não possui peças de reposição
atualmente no mercado brasileiro.
O motor CB, produzido no Brasil pela micromecânica, tem o .25 e o
.40 que está sendo lançado. O motor é bom e barato.
Possui peças de reposição.
Qual motor nós recomendariamos? O motor OS 40 ou o OS 46. Porque
é bom, é barato (custa em torno de R$ 210,00) e possui peças
de reposição. Os motores .45 Supertigre e .46 Thunder
Tiger não recomendamos. São motores fortes demais para o
iniciante. Observação: Eu comecei em um OS .46.
O rádio
É interessante que
se tenha uma rápida idéia dos componentes e do funcionamento
do rádio. Ao contrário do que se possa pensar, o rádio
não é apenas aquela "caixinha" que se segura com as mãos.
O rádio é um conjunto de equipamentos composto pelo transmissor
(a tal "caixinha"), o receptor (que vai dentro do aeromodelo), as baterias
do transmissor e do receptor e os servos.
O funcionamento e simples: puxando o stick do rádio
para um lado, o transmissor emite uma ordem que é recebida pelo
receptor que se encontra dentro de aeromodelo. Esse receptor é alimentado
por uma bateria recarregável que se encontra também dentro
do aeromodelo. O receptor, recebendo a mensagem a decodifica e a transforma
em um impulso elétrico que sai através de fios para o servo.
O servo transforma aquele impulso elétrico em um movimento. Esse
movimento do braço (cruzeta) do servo é repassado aos comandos
do aeromodelo (leme, profundor, ailerons, flaps e trem de pouso) através
de arames (pushroads).
Tanto a bateria do transmissor como do receptor são
recarregáveis. Devem ser carregadas na noite anterior ao dia do
vôo durante 12 horas, mas um pouco mais ou um pouco menos não
faz mal.
Quando acende a luz no carregador é sinal de que a bateria está
sendo carregada.
Os rádios possuem 2 sticks. O da esquerda
com os movimentos laterais controla o leme e com o movimento para frente
e para trás comanda as acelerações. O stick da direita,
com os movimentos laterais (direita e esquerda) controla os ailerons das
asas e com o movimento para frente e para trás comanda o profundor
(puxando o avião sobe e empurrando o avião desce).
Junto aos sticks (em baixo e ao lado deles) tem uma
pecinhas móveis. São os trimers. Servem para trimar o avião,
ou seja, regular o avião para ele não subir, nem descer,
nem acelerar sozinho etc...
Explicando: se tirarmos o dedo de cima do stick direito o mesmo
(em razão das molas) ficará bem centrado e o avião
deverá (com o stick centrado) voar sem desviar para cima ou para
baixo. Se com o stick centrado o avião estiver com tendência
de picar (baixar o nariz) durante o vôo, a solução
é trimá-lo, ou seja, baixa-se um pouco o trimer que fica
ao lado do stick. Isso também acontece com o aileron etc...
Cada comando (acelerador, leme, profundor e ailerons) possui seu próprio
trimer, daí porque no rádio 4 canais são quatro trimers
ao todo.
No rádio há também
a entrada para o fio que vem do carregador de bateria e a entrada para
o cabo trainer. Esse cabo tem por ligar o transmissor do aluno ao transmissor
do instrutor. O controle é passado de um transmissor para outro
apertando um botão que fica na frente em cima a esquerda do transmissor.
Dentre as marcas existentes no mercado temos recomendado o rádio
FUTABA, pois além de ser um bom rádio, mundialmente conhecido,
é o que possui mais peças de reposição.
Os rádios podem ser AM, FM e PCM. Os rádios AM estão
sendo abandonados pois que são os mais sujeitos a interferência
no sinal. A grande maioria dos aeromodelistas utilizam hoje o rádio
FM.
Para o aeromodelismo, as autoridades governamentais
destinaram sessenta frequências diferentes (a cada frequência
corresponde um Canal). A frequência do rádio é determinada
pelo par de cristais (um cristal no transmissor e outro no receptor). Esses
cristais podem ser facilmente substituídos. Assim, quando você
chegar no campo e alguém estiver pilotando com a mesma frequência
de seu rádio, Você pode trocar ali mesmo e sem nenhuma dificuldade
o seu par de cristais, colocando outro com outra frequência.
Acessórios
Além do motor e do rádio, para voar, o
aeromodelo precisa dos seguintes acessórios:
tanque mangueiras de silicone
vela links horn strips hélice
spiner parafusos montante retentores
de servo
elásticos espuma da base da asa espuma
de proteção do receptor
O trem de pouso vai preso na fuselagem com os elásticos.
A asa também é presa na asa com os elásticos. A mangueira
de silicone serve para levar combustível do tanque para o carburador
e também para levar ar comprimido da descarga para dentro do tanque.
Os links, junto com os arames de rosca e varetas de madeira redondas formam
o
chamado pushroad. Pushroad é esse conjunto que levará o movimento
da alavanca do servo ao leme, ao profundor, ao acelerador e aos aelerons.
Os horns servem para unir o pushroad ao leme e ao profundor. Os strips
unem o pushroad ao comando do aileron. Os retentores de servo unem os pushroads
aos braços ou alavancas dos servos. O spiner vai na frente da hélice.
Os parafusos são para prender o motor no montante e o montante na
fuselagem. A espuma da base da asa é colocada na fuselagem e serve
para calçar a asa.
Além disso, há ainda o equipamento de
campo. O básico é constituído pelo combustível,
pela bateria ni start e pelo starter.
A poucos anos atrás, os aeromodelistas faziam
seu próprio combustível comprando os componentes nas Químicas.
Quatro partes de álcool metílico para uma parte de óleo
de rícino. Hoje compram o combustível pronto e já
misturado nas lojas de modelismo. É que a diferença no preço
se tornou muito pequena.
Além disso, há ainda o equipamento
de campo. O básico é constituído pelo combustível,
pela bateria ni start e pelo starter.
A poucos anos atrás, os aeromodelistas faziam
seu próprio combustível comprando os componentes nas Químicas.
Quatro partes de álcool metílico para uma parte de óleo
de rícino. Hoje compram o combustível pronto e já
misturado nas lojas de modelismo. É que a diferença no preço
se tornou muito pequena.
De uns tempos para cá difundiu-se a utilização
de pelo menos 10% de nitrometano no combustível. Esses combustíveis
que já vem prontos vem praticamente todos com um percentual de nitrometano.
Essa substância confere mais estabilidade e rotação
aos motores.
A bateria ni start serve para dar a partida
no motor. Sem ela não dá para ligar o motor. Sua função
é esquentar a vela. Depois que o motor pega, a bateria ni start
já pode ser retirada de cima da vela pois que as explosões
dentro do cilindro se encarregam de manter o aquecimento da vela.
O starter é um aparelho ligado a uma
bateria de 12 volts que serve para dar a partida. Ele faz a hélice
girar com força até que o motor pegue. Não é
indispensável, pois que os motores podem ser ligados manualmente
( mas nunca utilize os dedos pois o motor pode dar um contra - utilize
um bastão qualquer).
Era isso. Ficou alguma dúvida. Nos envie
sua dúvida.